Monumentos Históricos
O Forte do Morro de São Paulo
Localiza-se na ponta noroeste da ilha de Tinharé, a rigor, não se trata de uma única fortificação, mas sim de um conjunto de baterias e fortes. A Fortaleza do Tapirandu, o Forte de Morro de São Paulo, é considerado um dos maiores conjuntos defensivos do Brasil, a Fortaleza de Morro de São Paulo ainda conserva 678 m da sua cortina de muralhas e ruínas, hoje protegidas pelo Patrimônio Histórico Nacional.
A construção do Forte se iniciou em 1630 sob as ordens do então Governador Geral Diogo Luiz de Oliveira, para proteger a entrada de esquadras inimigas na chamada “barra falsa da Baía de Todos os Santos” entrada estratégica para o Canal de Itaparica até o Forte de Santo Antônio (atual Farol da Barra) – e também proteger o Canal de Tinharé, essencial no escoamento da produção dos principais centros da colônia (Boipeba, Cairu, Camamu e Itacaré) para o abastecimento da capital, Salvador.
Em 1728 D. Vasco Fernandes Cesar de Menezes, o Conde de Sabugosa, iniciou as obras de ampliação do Forte Velho. A construção foi concluída em 1730, acrescentando o Forte da Ponta e a cortina de muralhas ao conjunto defensivo. A vitória lusitana sobre a esquadra do Almirante francês Villegaignon foi um dos episódios mais marcantes da história do Forte e da história colonial do Brasil.
Obviamente mais agradável que histórias de batalha, o Forte é mágico ao entardecer. As antigas ruínas já não lembram as explosões, senão as dos golfinhos na silhueta de cada mergulho recortada contra o pôr-do-sol. A imensidão do mar vai gradativamente se fundindo às cores do céu nesta na que já surge estrelada demais e as águas quase sempre calmas ritmam uma melodia preguiçosa no compasso descabelado das palmeiras à brisa salgada.
Igreja Nossa Senhora da Luz
Conta-se que quando o almirante holandês Pieter Pieterzoon Hiyn intentou saquear a ilha em 1628, a invasão não se consumou devido à visão de numerosas tropas na ilha, um milagre da santa padroeira do Morro de São Paulo, comemorada no dia 08 de Setembro. Os primeiros registros históricos marcam a existência de uma capela de mesmo nome já no início do século XVII, e num mapa de 1759 João de Abreu e Carvalho a localiza aproximadamente onde hoje se encontra o Farol.
A Igreja da N. Sra da Luz foi concluída em 1845 conforme a data no frontispício, e guarda relíquias dos séculos XVII e XVIII, como as imagens sacras e os altares de cedro em estilo barroco. Além das missas e festas religiosas que se realizam para o povoado, a escadaria da igreja é descanso para quem enfrenta a ladeira chegando do cais ou arquibancada para assistir o movimento da Praça Aureliano de lima ponto de partida para as demais ruelas e praças do povoado.
Fonte Grande
A Fonte Grande é o maior sistema de abastecimento de água da Bahia colonial, um notável exemplo da tecnologia construtiva do período. Construída em 1746, providencia a captação de águas e decantação, tanto do volume proveniente do lençol freático quanto ao do riacho existente. A visita de D.Pedro II e Marquesa de Santos fizeram a fama da Fonte Grande, rendendo material para rica filmografia sobre o período da história brasileira.
A antiga vila cresceu e circundou a Fonte Grande, hoje não tão grande ante o casario ao redor que abriga pousadas e restaurantes, mas ainda se ouve o correr das águas no caminho para as praias do outro lado da ilha.
Farol
O Farol de Morro de São Paulo foi construído em 1855 segundo o projeto e supervisão do Engenheiro Carson, da Fábrica de Tecidos de Valença. O edifício da antiga fábrica ainda existe, e sendo a primeira fábrica construída no Brasil, constitui mais um exemplo da importância da região durante o período colonial. O registro histórico de maior relevância vem das anotações do diário de D. Pedro II, que descreve o Farol durante a visita da Família Real à ilha em 1859.
O mirante existente nas proximidades do Farol faz parte do conjunto defensivo da ilha. Quase escondido em meio à vegetação tropical, decortina uma visão panorâmica das praias, sendo um dos melhores lugares para se entender as curvas e as marés da ilha.